Thursday, September 29, 2005

Quem ser você?

"Sabia que estava fugindo cada vez mais. Mas essa fuga poderia ter um significado. Ou não."

Um tempo depois dos avisos de que o orkut seria pago, um novo tipo de scrap parece estar invadindo o universo orkutano. Desta vez, são desconhecidas garotas, que gastam toda sua vida virtual (existe isso???) para divulgar algo - no caso, uma banda que dizem amar - chegando com toda intimidade ao invadir o mural de estranhos - o nosso mural.

"Oi, meu nome é tal, quero fazer novas amizades. Também quero que você conheça o som da banda 'x'. Eu estou ajudando a divulgar o trabalho deles porque eles são muito bons e sei que você também irá adorar. Passa lá no site ou na comunidade deles. Valeu!" Realmente. Não me conhece, mas já sabe que eu vou gostar da banda... De fato, realmente gostei. Achei bom. Uma delas era até bem conhecida e teve uma música tocada nas rádios há pouco tempo... Mas peraí, vamos com calma! Em primeiro lugar, identifique-se. Quem ser você?

Bom, se houver 0,01% de chance destes profiles serem verdadeiros e, não criados pela própria banda, eu diria que é muita coisa. Primeiro: rosto totalmente artificial, como se tivesse pego a primeira foto de artista desconhecido que encontrou no google e enchido de photoshop.

Segundo: não há fotos no álbum nem testemunhos. Claro, não que isto seja um fator decisivo, mas até aí, já se tem a grande suspeita de que se trata de um perfil falso.

E terceiro: TODOS, sem exceção, os 1000 e tantos scraps foram dedicados a divulgação da banda. Isso é que é ser fã, não acham?

Bom, na verdade foram poucos que aconteceram. Mas o intervalo entre eles foi tão curto que eu não duvido que isso vire uma moda... O curioso foi que no primeiro caso, tratava-se de uma garota com um rosto típico de uma modelo e, conforme havia dito, iria prestar vestibular aqui no Sul. A segunda possuia uma foto que, devido ao tamanho, mal dava pra se enxergar a garota. Esta acabou chegando de um modo até mais direto do que a anterior. Divertido foi olhar as respostas das pessoas e comparar os dois casos: No caso I, praticamente todas as respostas davam boas vindas à jovem e diziam que adoraram a banda apresentada. Alguns chegaram a adicionar a garota, conforme haviam dito a ela. No caso 2, já pode-se observar os irônicos scraps: "Oi, tudo bem? Conheço você?" ou "Não estou me lembrando de quem você é. Quem sabe se você me disser de onde me conhece, não facilita um pouco..."

Posso dizer que sou contra esse tipo de publicidade oculta. Mas não a ponto de ficar revoltado. Até encaro com senso de humor em casos como este. Não acredito que tenha um grande efeito. Muitos se interessam apenas em manter contato com a tal pessoa e acabam ignorando a sugestão apresentada. Claro, acontece algumas vezes, da pessoa ouvir o som e passar a gostar do artista. Mas não é essa a questão onde quero chegar. A questão é: de duas sugestões, uma de um amigo próximo e outra de um desconhecido que distribui mensagens iguais, qual faria mais efeito?

Friday, July 01, 2005

Ponto de vista

Já deve fazer um mês. Eu estava na sala, assistindo ao programa Boa Noite Brasil, de Gilberto Barros. No quadro "De cara com a fera", a dupla Christian e Ralf respondia as polêmicas perguntas do apresentador. Curiosamente, a que me chamou a atenção foi talvez a mais simples de todas elas, se não me engano, dirigida ao Christian: "Por que vocês sempre mudam o visual?". A resposta: "É que, pelo fato de nós sermos um produto, temos que estar sempre atualizados para o nosso público."

Talvez tenha sido exageiro meu (ou talvez estou exagerando agora, para dar emoção ao texto), mas na hora, eu fiquei um bom tempo pensando no fato do cantor ter utilizado a palavra produto aplicada a um ser humano (no caso, eles próprios). Não havia como concordar. A música ou um músico jamais poderia ser comparada a um produto.

Hoje, mais ou menos trinta dias depois, posso dizer que penso diferente. Talvez eu já esteja vendo as coisas com olhos de um publicitário. Pois, no mundo da publicidade, nada mais ético do que ser honesto com o público, dizer a verdade sempre. Então, o incorreto seria se o Christian dissesse: "Mudamos o visual porque gostamos. Nada tem a ver com a música, pois não estamos fazendo música para vender, não nos preocupamos com a vendagem de CDs..."
Temos aí, uma espécie de divergência entre música e publicidade. Dependendo do ponto de vista, você pode tirar conclusões completamente opostas. Talvez isso que faz as pessoas discutirem tanto. Na música é o mais comum. Por exemplo, os cantores e bandas que possuem canções simples, arranjos quase que pobres, mas que representaram uma revolução de um determinado estilo. Como classificá-los: revolucionários ou medíocres?

Infelizmente ou não, não é tão fácil assim achar uma resposta certa. E por isso, questões como a do tal do "produto" não terão apenas "x" como resposta. Terão x, y, z...

Sunday, April 24, 2005

As palavras

Depois de tanto tempo, finalmente achei que estava pronto.

As palavras podem significar muitas coisas, muitos segredos podem estar escondidos. Pegando como exempo o próprio blog, muita coisa pode ser revelada através delas. Coisas que parecem não fazer sentido algum, não ter significado algum.

Alguns dizem que palavras são as escravas das pessoas. Eu discordo. Acredito que elas sejam aliadas nossas, mas que exigem seus momentos de independência, de descanço. Talves por isso existem horas no qual você não consegue simplismente se expressar. Ocorre não somente ocm palavras, mas com todos os elementos: pintura, música, escultura... É mais conhecida como falta de inspiração.

A falta de inspiração não deve ser combatida, caso contrário pode fazer com que haja um grande gasto de energia ou pior, fazer com que haja uma divergência entre esses elementos e nós.

As palavras precisam ter um descanso, pra dar espaço a outro elemento importante: o silêncio.

Thursday, March 17, 2005

Rock e nada mais

"Não faço idéia alguma do que postar neste espaço hoje.”

A frase inicial poderia soar totalmente sem nexo, concordam? Poderia, se não tivesse tudo a ver com o assunto de hoje. Isso mesmo, rock. Observe-a novamente e tente identificar uma das mensagens no qual ela tenta transmitir. Uma mistura de atitude com liberdade, achou? Algo como se eu, no caso, não tivesse obrigação nenhuma de preencher o espaço de introdução e não estivesse nem aí se você gostou ou não - óbvio que não é verdade. O rock é isso: atitude e liberdade.

Mas claro que essa tal atitude e essa tal liberdade (SPC?) possuem um limite. Se não fosse isto, nós certamente estaríamos livres de algumas perguntas que costumam nos irritar. À propósito: Como você enxerga o momento em que o rock está vivendo?

Aí vai minha opinião: acredito que essa quantidade imensa de bandas que está surgindo, apesar de muitas não possuírem grande técnica, realmente tem muito à acrescentar ao universo musical, não só falando de sonoridade. Falo tanto no Brasil quanto lá fora. Uma pena que o interesse comercial também teve um crescimento significativo nos últimos anos. À propósito de novo, o grande problema da canção com objetivos comerciais é que, além da mesma ter tendência a ser simples, repleta de clichês, ela afasta a música do lado artístico. Afasta o amor que os músicos têm na hora de compô-la e de executá-la. Nenhum fã gosta se sentir enganado (ou será que estou enganado?).

Já indo para o final, uma última pergunta: O que você espera do rock?

Eu espero que ele continue sendo distração e referência para as nossas vidas. Mais do que isso, espero que ele continue evoluindo, inovando e surpreendendo - caso contrário, será vítima dessa mesma falta de idéias de que o nosso "amigo verde", lá de cima, parece estar se deparando.

Friday, March 04, 2005

Solitários ou não

"No mundo da música, é cumum ouvirmos que o segundo trabalho de um artista recém surgido é o que necessita de maior dedicação por parte do mesmo. Indo mais longe, o segundo trabalho pode desmascarar os artistas que estão prestes a serem eternamente 'apenas um entre milhares'. Aplicando-se uma regra semelhante à escrita, vamos ver se este segundo texto será bem aceito ou não. Espero não desapontá-los (risos)."

Ultilizando um exemplo mais do que estranho, vamos voltar no tempo: Março de 1995. Auge da sua, da minha infância.
Você está em casa, sentado no sofá da sala e assistindo a mais um episódio de Chaves. Está inconformado. Pensa ser a única pessoa no mundo com um gosto fora do comum. A única pessoa que possui como ídolos personagens tão estranhos e ao mesmo tempo tão distantes da história (algo na faixa do carteiro Jaiminho e do aluno Godinez, por aí).

O tempo passa. Dez anos depois, você passa a descobrir que 15801 pessoas também acham Godinez o personagem mais simpático da turma. Descobre que não é o único humano que gosta de sentir cheiro de gasolina – 38223 pessoas estão com você. Fica surpreso ao saber que muitos também escolhiam o Scorpion para kombater - e mais surpreso ainda, ao saber que não era o único a dar um “gancho” após o uso da famosa “cordinha”.

Não importa como é ou como foi o seu estilo. Se você tiver acesso a este mundo, sempre achará pessoas que pensam do mesmo modo que você. Isto é a prova de que com o passar dos anos, as pessoas se sentirão menos e menos solitárias.

Ótimo. Agora que estamos chegando ao fim do texto, você pega a frase final do parágrafo anterior e “puf!” - a deleta da sua mente.

Não senhor! A cada dia que passa, as pessoas se sentem mais solitárias e mais depressivas. Está certo, não há problema em ficarmos procurando pela Internet pessoas que possuem alguma ligação conosco. Mas é um erro acharmos que isto nos afastará da solidão.

Nós seremos livres no dia em que não seremos t
ão dependentes do computador para falar uns com os outros.

Bom, enquanto isso...

Thursday, February 24, 2005

Um início...

"Eu estava pronto para começar, colocar minhas idéias em prática. Mas ainda faltava uma das principais e, por incrível que pareça, mais difíceis tarefas - o nome do blog. Pensei em algo que caracterizasse a maneira como escrevo e ao mesmo tempo não soasse óbvio nem estranho demais. 'Três pontos', isso que surgiu. Refere-se aos sonhos, idéias e opiniões que estão por vir e obviamente, faz uma referência às tão amadas reticências..."

Espero ter bastante coisa para falar, ou melhor, para falarmos no decorrer deste blog. Adiantando, alguns assuntos discutidos aqui, além de temas do dia-a-dia, serão humanidade e música.

Bom, meu estilo de escrever é um estilo simples, como você logo notará. Assim como você não me verá usando as palavras mais incomuns, você também não me verá sendo muito polêmico ao mostrar meu ponto de vista.

Isto porque com uma opinião mais intensa, posso sem querer estar contradizendo a mim mesmo. Um exemplo? Sou super a favor da comunicação “real”, “normal”. Poderia muito bem criar um texto criticando todo esse mundo digital, do qual ficamos mais e mais dependentes a cada dia.

A verdade é que sei que são instrumentos como o MSN que possibilitam uma comunicação com pessoas no qual eu teria pouco ou até nenhum contato – sem contar que uma crítica contra a tecnologia também iria contra o surgimento do próprio blog.

De qualquer modo, espero que você goste... Não necessariamente goste, mas que comente – elogiando, criticando, corrigindo, acrescentando, ou seja, lá o que for...

Aproveite!