Friday, July 01, 2005

Ponto de vista

Já deve fazer um mês. Eu estava na sala, assistindo ao programa Boa Noite Brasil, de Gilberto Barros. No quadro "De cara com a fera", a dupla Christian e Ralf respondia as polêmicas perguntas do apresentador. Curiosamente, a que me chamou a atenção foi talvez a mais simples de todas elas, se não me engano, dirigida ao Christian: "Por que vocês sempre mudam o visual?". A resposta: "É que, pelo fato de nós sermos um produto, temos que estar sempre atualizados para o nosso público."

Talvez tenha sido exageiro meu (ou talvez estou exagerando agora, para dar emoção ao texto), mas na hora, eu fiquei um bom tempo pensando no fato do cantor ter utilizado a palavra produto aplicada a um ser humano (no caso, eles próprios). Não havia como concordar. A música ou um músico jamais poderia ser comparada a um produto.

Hoje, mais ou menos trinta dias depois, posso dizer que penso diferente. Talvez eu já esteja vendo as coisas com olhos de um publicitário. Pois, no mundo da publicidade, nada mais ético do que ser honesto com o público, dizer a verdade sempre. Então, o incorreto seria se o Christian dissesse: "Mudamos o visual porque gostamos. Nada tem a ver com a música, pois não estamos fazendo música para vender, não nos preocupamos com a vendagem de CDs..."
Temos aí, uma espécie de divergência entre música e publicidade. Dependendo do ponto de vista, você pode tirar conclusões completamente opostas. Talvez isso que faz as pessoas discutirem tanto. Na música é o mais comum. Por exemplo, os cantores e bandas que possuem canções simples, arranjos quase que pobres, mas que representaram uma revolução de um determinado estilo. Como classificá-los: revolucionários ou medíocres?

Infelizmente ou não, não é tão fácil assim achar uma resposta certa. E por isso, questões como a do tal do "produto" não terão apenas "x" como resposta. Terão x, y, z...